sábado, 29 de março de 2008

Um Pouco de Mim


Domingo,


Estou de férias à bastante tempo, sempre rodeado por gente, mas sinto me tão estranho, estrangeiro, fora do meu rebanho. Um mensageiro.


Um mundo que me faz seu mensageiro não merece o meu empenho. 

Sou instigado por dado tinteiro, quando escolho não mais que um zoupeiro.

Quero ir para casa. Um sitio que me faça sentir querido e amado,

um lugar sem lugar, onde está guardado o lugar do meu lugar.


Onde não me sinto de parte, onde me deito à noite sem temer o amanhã. 

Onde me sinto gigante, e a angústia se transforma em anã.


Porque a nossa casa não é onde estamos, mas onde nos achamos.

Nunca é onde chegamos, é sempre para onde queremos ir.

Não é onde nos damos a alguém, mas onde nos recebemos sem desdém.

Não é onde nos vemos, é onde nos podemos ouvir.

Não é onde escondemos o choro, é onde podemos simplesmente rir.


Sem medo de ser quem somos, dizer o que sentimos e chorar quando queremos.

Sem parar.


Quero voltar, chegar e sorrir. Sem lugar, é em casa que quero estar. 

Preciso dormir, preciso chorar, preciso sentir, preciso sonhar.


É em casa que quero chegar.

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