domingo, 28 de abril de 2019

Viver. A idade de começar a viver. Sem cerimónias.

A vida deu-me tudo, o inferno queimou tudo, o céu suspirou tudo, a consciência é tudo. Além de isto tudo, não preciso de nada.

Vivemos num sonho intransigente de não ser sonhado. Então: sonhemos!

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Dia após dia, o sol pôe-se, a relva cresce, as conversas à mesa tornam-se mais e mais massudas, as melodias das cantigas antigas.

O horizonte vai vertendo de vermelho veneno. O excedente são lembranças de um crepúsculo tangente, perpétuo à vida em si.

Crescer e tornar-se num moribundo adulto indoutrinado, olhar e ver o mundo envolto de calhamaços, deslustrando de si sentidos éticos e morais até lá preponderantes, o preto juntou a utilidade do respirar com a necessidade de viver sem culpas nos cartórios indianos deste mundo, templos escondidos nas esquinas douradas de becos sem fins visíveis, cheios de deuses mascarados de animais menos, ou mais, selvagens.

Guardem as narrações para os grandes heróis do passado, que por nada terem, nada temerem, tudo merecem.

Nós, pelo contrário, que tudo temos...

No epitáfio, um O.