sábado, 24 de janeiro de 2009


Começo e acabo sem sequer saber o que escrever. Também, como poderia saber, são apenas letras. Nada mais, que um depor, sem querer. E aí reside a dúvida, de se saber. De se querer saber. Será que estamos preparados para o que há-de vir. Sim, porque vir vem, directamente daquele além, o mesmo que nos denuncia e nos diz -faz o Bem-. Se me acho no direito de julgar? Não.
Sonhar?

Entretanto percebo que o que nos falta não é divulgar, mas sim acreditar. Será esta falta de amor, a procura de amor, de reconhecimento, de um -muito bem- que nos leva a este altar. Como um golo, entre o intervalo das letras, pressinto-me chegar ao ponto de não mais querer. Gosta de mim, a procura do eu, a vontade do comeu e encheu, um -nem mais. Nem menos-. Aquilo que nos toca tornando-nos mais sensíveis, a algo que na verdade nos faz visíveis. E no entanto, custa a cada passo. Não vá -ela- perceber o que escrevo e tornar-se um fardo. Sinto falta Da confiança. Da certeza da minha fiança. -Perguntou-me se era feliz: Respondi-lhe que a qualquer outra pessoa diria que sim. A ela não, não poderia mentir, mesmo que inconscientemente. Aquilo que me saiu foi mais ou menos parecido com a certeza que sim, aos bocadinhos. Nos entre tantos, desiludo-me. E caiu na realidade, seja ela qual for. É como viver sobre a certeza das bebidas brancas, nas veias, e vaguear por aí na esperança que vejamos as coisas mais sóbrias.

Viver de saudade não é viver, e viver sem ela não é crer. Num futuro melhor, há a esperança da cobrança da verdade, e pelo meio, a cedência da vontade. Por isso fico por aqui. No Outono, mistura-mo-nos outra vez.

Até lá, o céu é vermelho e as estrelas azuis. Enquanto o som continuar visível, a cura será sempre plausível. Entretanto, viver, viajar e em ti -na- morar.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Dou por mim a pensar que não tenho medo -nenhum- de morrer. Tenho medo sim, pânico até, de não viver.

Depois passo por aqui para explicar o que quero dizer.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Sinto que podia escrever tudo, sobre tudo, no mesmo segundo. Ao som desta música. E tenho só uma pessoa a quem agradecer. O bilhete já 'tá marcado. Juntar a beleza toda do mundo -na palma da minha mão-. O olhar paciente da minha mãe, as opiniões do meu irmão. A luta das minhas irmãs. A genuinidade da minha irmã, mais nova. O vento que me bate na face, quando procuro no entremeio o estandarte. Cheguei. Fico por aqui mais um bocado. Há dias assim, em que passeamos, a lua é cheia e a vida sem teia. Não meia, inteira. Disse-me que não havia coincidências. Agora, mais do que nunca, acredito no amanhã. Na mensagem não vã. Na vontade do Homem e na crença da consciência. Agradeço a todos que passaram e deixaram: Migalhas, que me fizeram seguir por este caminho. Tudo o que sei, o que repito cada vez mais. Faço por escrever, não para crer, faço porque quero continuar a viajar, como fazia, em criança. Posso tentar, continuo a tentar mas dia sim dia não, vejo o papão. A gente, nos seus olhares demente, de repente crente. Ufa! Não posso nem quero dar mais do que posso, se desse, perdia-vos. A música a tocar e eu a suspirar: Será que algum dia vos irei alcançar. O mundo, -todo-, na palma da minha mão.
E está tudo dito. Aqui

sábado, 10 de janeiro de 2009

O Rato Que Ladra

Vem nesta parte de mim, que se aproxima do fim, perto, quase a cair, o precipício.

Estes dias tenho sentido medo, não receios, nem sentimentos meios, medo mesmo, de mim. Sempre senti por dentro um revolver de emoções, de desentendimentos, como se tivesse mil corações, um desflorescimento para além das montanhas e florestas, de Belém.
Bem, no fundo, tinha me como certo e aos poucos, principalmente Hoje, senti me feliz.
Reparei que tudo à minha volta era belo, táctil, fazível.

E no entanto, andava por entre -dois- mundos.

De segundos a segundos,
via me de fora e pensava:
quais seriam na verdade,
dos poços os seus fundos.

Há quem a chame de Cão Negro.
-Acho a designação perfeita-.
Eu costumo vê-la como uma
sombra,
cada vez maior,
que nos oferece alívio do Sol.
Escaldante.

Mas que aos poucos vai tomando conta de nós, embalando nos no berço, sem apreço.
O que no início tomamos como um alívio, acaba por se revelar um encobrimento, leva nos a luz, que por vezes nos seduz.

Mas não.

Vem por trás e uma mordidela,
nós que à muito soltamos a trela,
por mais que corramos, vêmo-nos chegar a dentada da dor.
Desdenhamos a cor por a sua ausência nos trazer uma forma de conforto, como que a curar a falta -de calor-
.
Hoje, apercebi me que ela nos suga como que as palmas das mãos, ficamos sem nos desentrelaçar, sustos vãos e suspiros,. sem parar.

E é ai que nos esquecemos do Sol, do seu nascer ao seu por, emanações que nos aliviam a dor. Sempre adepto do arco-íris, temo esta sombra de embalar, que se baba e ladra. De raiva. Por isso decidi: o que já a algum tempo vinha a prometer vir
vou viajar, durante um mês, sem parar.
Quando voltar, conto vos como foi.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

.

o -vou pensando nisso- está de luto. pela terra que nestes dias tem de tudo, tudo mesmo, menos de Santa

sábado, 3 de janeiro de 2009



Do que sinto mais falta é da praia. Do cheiro a sal, a maresia. Mesmo que passasse um ano sem lá por os pés, sabia que estava ali mesmo, mesmo no inverno, nos dias mais frios. Os de verão também, quando a noite chegava e eu me fartava de estar em casa. Só ainda me passou meio ciclo. Acho que é por as lágrimas cheirarem a sal que a nostalgia do mar me trás, este sentimento. O odor da cafeína aldraba o tico, e o teco, e faz disfarçar a insónia. Não há nada de errado comigo, faço por acreditar. E no fundo, espero que sim. Algo de diferente, mesmo que de-mente. Luto todos os dias, e a poesia em mim. É o escuro, e tudo é fútil. Sinto que um dia destes o mundo deixa de girar, e eu a olhar para o céu - eu bem disse. a toupeira - pouco lhe importa, na verdade, pouco importa. E eu de luto. Decidi escrever para me reter, pensei que me estava a perder e deste modo ficaria para sempre. Enganei-me. Cada letra que se vai é tudo daquilo que tenho, e se me venho perco-me, um bocado. Mesmo o êxtase que me tira um pouco do que devia guardar. Olho, de relance pela esquina. Vejo te passar e a desaparecer sem nada dizer. Como poderia, se não me viste, e o céu triste, prestes a chorar. Vem a chuva, e o vento trás os gritos de angústia da terra, prestes a eclodir. Está perto, e no entanto, sinto a passar a esquina, de relance. Porém, não percebo nada de arte. Se tivesse um diário perderia me ainda mais, por isso leio te por aqui. Enquanto houver energia, porque o branco é a junção de tudo e o preto a ilusão sem fundo. Se podasse, deixava de escrever, até deixar de ter o que dizer. Aí chegaria a ti, num silêncio que te levaria a trepar a árvore e a colher o meu fruto. de resto, não tem nada de especial, apenas um toque de sal .

Mudando de assunto.