sábado, 28 de março de 2009

"If You're Out There"
Em momentos tensos
Lembro-me de futuros imensos
Sentimentos mostrando lenços
Brancos -Voz do povo-

Procurando aceitação
Na verdade precisamos apenas duma canção
Algo que nos mostre a direcção
De um -começar de novo-

Parte a vez do comboio das cinco
E correndo vamos nós
Na esperança de uma terra nova
Uma vida sem tentação nem cova

Apenas luz sem túnel e afinco
Um sentimento de esperança após
.

terça-feira, 24 de março de 2009

Nunca fui, mas agora sou: Um saudosista. Por vocês. E por mais, os quais na verdade não podemos citar, por medo de nunca na verdade se conseguir alcançar. E no entanto sei, que me consegues escutar, mesmo quando as minhas palavras não são já as mesmas de antigamente . Por aí, fico na esperança que consigas ouvir quando falo sem expirar.

Luta. Esta batalha diária de agradecer por tudo aquilo que tenho e a falta; de algo que tive e me faz tanta falta. O carinho, aquele carinho é na verdade, o que me faz mais falta. Apesar de aqui ter o dela, da família, como que o reacender de uma vela. Mas esta cera já está tão desperta, que o coração se me aperta, cada vez que vejo o tal filme ou oiço a tal música, numa rua deserta. As minhas sobrinhas, uma em África, outra em Lisboa. O meu sobrinho, cheio de força e a certeza que voa. As lágrimas ao deitar, porque por mais que me sinta feliz de dia, é à noite que me deixo aguarelar.

As noites sem fim, passadas na rua, no café ou no jardim. Perto de vocês, perto de mim. Conheci-vos agora mesmo e no entanto já passaram três anos. Para mim, três décadas, em que o mundo pára e o tempo acelera. sentados na estrada, de uma rua qualquer. As tais escadas, que se tornaram o refúgio ao anoitecer. As mil e uma esplanadas, que na verdade foram só meia dúzia, misturando as conversas da treta com assuntos de etiqueta.

As minhas manas, perfeitas como são. Por mais erros que façam, têm um amor que transcendem qualquer coisa que se faça,. para os seus - sem um senão-.

Espero todos os dias por um milagre, e riu-me . Sozinho. Aqui é primavera e hoje passei a manha na sala a olhar para a janela. Neva. Flocos pálidos, com medo de cair, tão quente que está o chão, das caminhadas em tom ameaçador e ladrão. Ri-se, o tema era uns daqueles testes psicológicos. Em que se explica aquilo que somos. Ela ciumenta de morrer, não dá espaço para um passeio a sós, nem sequer a casa dos avós. Eu, afasto as pessoas com medo de ser magoado, qual egoísmo desmesurado. E ri-se. Parece que se identifica, diz que os opostos se atraem de certeza. Não sei bem porque mas prefere falar inglês, vai na volta os outros não falam e assim a conversa fica só entre nós . e apesar de outros comentarem a sua beleza, olho para ela e imagino - a incerteza de ser levada a pensar por si, um discussão de vez em quando e a certeza que não, até porque ela acredita nestes testes e segundo eles, prefere calar a dizer o que pensa: Não vá eu acha-la feia por pensar. Eu, espero que o tempo passe, a neve a encaracolar.

What? - I said you are always away and yet... Anyway, do you wanna hang out after the class? - Sorry, I can't.

Por algum motivo, cada dia mais penso: quanto mais difícil for um homem achar uma mulher bonita, apenas por ela o ser, mais essa mulher bonita se torna. A insegurança vai-se, e a certeza que a beleza interior é muito mais importante torna-se o caminho de uma viagem distante. Á espera de um bilhete de papel cortante. Mas a recompensa, a alegria de ver o mundo sem olhos dados.

De rompante .

sexta-feira, 20 de março de 2009


Suspiro.
É tudo o que tenho antes de mergulhar nesta imensidão de musas feitas à mão. E fio.
Um toque ali, outro retoque acolá e, já está. O mundo perfeito, assim como eu queria. Exactamente assim, sem menos mas sempre disposto a mais.

E se agora tudo fosse chocolate e as cores se desvanecessem nos suspiros. Huff. Aquela tentação de querer mais sem se gastar teima em ficar, mas aos bocadinhos, vem a todos os segundos pontos que lhes indicam o caminho. Vá lá, mais um. E assim queremos nós, quais relógios desacertados. Além de queremos continuar sem parar, juramos por tudo para ser aquele pontinho, a andar para trás, quando o jacto atinge velocidades só por deuses capaz. Se apenas conseguisse descansar, fazer o que tem que ser feito, para te poder levar atrás. Bem, não sei onde. Mas que não parava, isso era certo. Até chegarmos aquele lugar, onde a lua é luz e as estrelas nome de cada um.

E nos sorrisos gargalhadas, o alento para um dia de vento, por dentro. Da tempestade fica a deixa de pegadas a desvanecerem-se. No mar. A vontade de tocar no fundo, e no suspiro a levantar a areia que se assentou, quando um outro por ali sorriu. E suspirou

-Vem sonhar comigo, que enquanto quiseres, serei teu amigo-.


-Somos a primeira época-estudante em matéria de “fantasias”-

Nietzsche

terça-feira, 17 de março de 2009

a Voz


Tudo de noite e eu de dia. Á espera da foice. Sem açoite, sinto-me chicoteado pelas asas do vento., sem tanto de alento foco atento as mudanças do tempo. Se de repente sentisse vontade de alcançar, o que quer que seja, só me faltaria a coragem de lá chegar. Todos os dias de noite e eu de dia a vaguear. Apaga-me a luz, sem que fique tudo às escuras.

Porque -como é óbvio- tenho que aprender, mas apesar de os olhos se habituarem ao escuro, nunca serei como uma lanterna: e fazer-te ver o que está mesmo à tua frente

-e que tu não queres ver-.

Mas está escuro, tão escuro. e apesar de eu estar à tempo -de-mais neste buraco, os meus olhos continuam fechados, porque sim, porque não. Não os quero habituar à escuridão, nem sequer aos bichos que por aí vagueiam. Sem senão.

Por isso vou vivendo, de manhã amanhecendo, de noite, ascendendo. Sou de-dia noite e toda a cidade vista sem afoite.

Não se esqueçam de mim

-quando partirem em busca de outros horizontes- .

Onde a noite é amena e os raios-meios com a tarde serena. Se não é pena, é um arrepender, de uma vida ainda não vivida. Á espera de ser lembrada, mantém-se esquecida

-até algum se atrever a pensar-

que os olhos são feitos para sorrir e as lágrimas para temperar , a boca açucarada ao colorir.

Está a amanhecer e no meu calendário já se fazem horas, de adormecer. E de dia voltar ao mundo onde falta sonhar.

sábado, 14 de março de 2009


Cantigas que fazem endoidecer. Melodias constantes. Letras gigantes numa folha maior que o céu. E a vontade de o tocar sem saber bem o que o escureceu.

São rajadas de trovões
Pedaços de silicose agarrados a cordões
Estremecimentos nas janelas
Quando granizo vem ranger as velas

Bem pode ser que o mundo seja mais que o mais-ou-menos, bem pode acontecer que eu me apaixone por quem me faz tentar sem segundos amenos. Mas o mais provável é ir e voltar com uma vontade imensa de aproveitar. Cada segundo, que me trinca a alma, é no fundo, um grão na palma. Da mão, à espera de ser visto, saem aqueles que se sobrepõem ao mundo em que sem visto o tentam sem pecado imaginar.

Estão marcadas, e espero por elas com tanta ansiedade que quase me falta o ar -à noite- quando me deito na varanda a ver as estrelas brilhar. Como tudo, na imaginação é que está a verdadeira viagem, e apesar de saber que quase nada supera o sonho, tenho a impressão que é desta que me sobreponho.

Reino Unido - Holanda - Alemanha - Bósnia-Herzegovina - Croácia - Sérvia e Montenegro - Grécia -Itália - Franca - Espanha e Portugal

e tudo isto em 30 dias . Ou melhor 31, pois em princípio será em Agosto.

portanto sim, por estes dias estou feliz.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Epá, Desculpem lá mas tinha que expressar aqui a minha revolta:

Então não é que me prometeram um filme nunca antes visto no cinema, uma ante-estreia até, uma coisa do outro mundo e tal -e depois saí-me esta coisa-




E foi assim .

sábado, 7 de março de 2009


Momentos. Sou apenas mais alguém que se lembrou que o mundo era mais que uma laranja a girar. Uma laranja não, uma uva. Agarrada ao cacho, com outras uvas. E as gentes -somos a única uva nesta vindima. E o terreno cheio de cachos.

Se não é a música, são os filmes. E os livros. E olho à volta, e a vontade de viver é tão grande e a minha ainda maior. Quando crescer vou ser astronauta. Quem é que já não sonhou ser astronauta. Mas a minha dúvida sempre foi outra. Ver a terra tão pequena e conseguir ter todos os sentimentos menos pena. Sim, é verdade, apaixono-me todos os dias. Por ti. E vou-me apaixonando por outras, todos os dias. E odeio-te. Porque não és como as outras, não estou além de ti. Por mais que me perdesse em ti, por mais que caísse nunca chegaria ao fim. Até chegar ao ponto que via que nunca tinha chegado a cair, estava ali, deitado, a teu lado. E depois oiço vozes e tenho a certeza que é a tua. Vejo caras e os teus olhos, gargalhadas que tenho a certeza serem tuas. E olho para trás, na incerteza se por acaso não vieste cá ter. Pois claro que não, o teu planeta é outro, eu vivo numa uva e tu numa laranja.

O verão quase a chegar e o tremor de ir.

E dizer

- cheguei. Vamos beber café.

quarta-feira, 4 de março de 2009

E é assim, o sol volta e a escuridão que vagueou pelo inverno parece-se desvanecer. Que bom que é, viver, tanto não seja para poder escolher o que conhecer -visto de pé-.

Vejo-me por aí, talvez mais do que é normal, menos do que seria de esperar. É olhar para lá do que se vê, não fosse o macaco bem mais esperto do que o leão, apesar da sua fama de resmungão. O horizonte já ali e agente à espera que as caravelas cheguem, para mostrar quem viajou, viu e agora conta o que gostou. O menos bom ficou por lá, apenas aquilo veio, o que os faz sorrir, ao recordar.