quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Meio-Metro


Estou feliz. Para não variar. A novidade reside no facto de transcrever essa mesma felicidade para este espaço. Querido. Este assombro de sentimentos não é prova de nada em especial. Apenas que hoje acordei e senti que o mundo era meu para conquistar. E que era eu quem o tinha de velejar. Apesar do frio exterior veio-se-me um valor intenso ao interior: inédito. Consequência -ou não- da minha consciente impotência perante algo que não posso mudar, resta-me com ela desenhar. E soltar. Esta gargalhada provem da manada de olhares aos pares que passam por mim todos os dias sem me conhecer mas que no entanto se recusam deixar de espreitar. Nada a-ver. Esta magnitude simplória de acontecimentos provém do elementar motivo de -ela- me ter abordado no metro, sem nunca me conhecer, apenas por ser admiradora do que eu ouvia: alguém que encantara gerações fazendo rodopios, qual piões no recreio movidos a fios. E pelos visto ainda en-canta. Pelo menos a dois. E ali ficamos nós, dois desconhecidos unidos desde sempre por um som mudo sumido em apenas duas estações. Querido. E o número caído no banco onde estivera o seu ouvido. Que gentes as nossas musicais mentes. A anos de luz de perceber o que me faz combater, continuo com uma vontade imensa de me preencher. E não é que de vez em quando lá leio, oiço, vejo, toco, -sinto- qualquer coisa que me faz sim, crer.

Enquanto escuto o que me é escrito do além, leio nos abstractos a nitidez daquilo que me faz bem. E por isso mesmo continuo a rastrear tudo o que de infalível me fora dado enquanto estudado. Muito obrigado.

Sem comentários: