Mais um dia de insónias mutuantes,
mais uma noite de memórias distantes.
Porque será que nego o meu eu
e afirmo conhecer o teu véu
não há nada nas montanhas que me faça desistir
mas também não há nada em si que me faça assistir
a uma morte lenta do mundo, por mim, por ti
mas nunca por aqueles, que pensam diferente
de forma a nos levarem em frente
Desconheço a vontade do ridículo
mesmo assim, se vivemos num circulo,
como podes ser num fim
quando se começa apenas porque sim
?
Não há nada
hoje em dia
que me faca querer voltar a acreditar
.
Oiço tantas vezes a manada
e o gato que mia
enquanto deixo cair aquele brilho do olhar
.
Confiança no dia de amanhã que hoje a noite fez-se longa. Porquanto a esperança faz a trouxa, montando a tenda sem que a lua se esconda
no fundo
considero me um fugitivo demasiado sensitivo, para uma qualquer tribo.
Por mais que tente,
não encontro o meu trilho e por isso pilho
ando por aí, de astro em astro
barco sem mastro
camuflado de sentinela
-mas sinto me estrangeiro-
um calor que congela
.
Por dias, apenas as melodias me fazem caminhar, e as letras me empurram a continuar.
O facto de os ter comigo também me faz acreditar, melhor dizendo, apenas eles não me deixam nunca. Desanimar. Apesar de, por mais que me custe, me tenha privado de os ver gargalhar, e o sol é o único que não me ofusca enquanto caminho para o ouvir poisar.
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