sábado, 3 de janeiro de 2009
Do que sinto mais falta é da praia. Do cheiro a sal, a maresia. Mesmo que passasse um ano sem lá por os pés, sabia que estava ali mesmo, mesmo no inverno, nos dias mais frios. Os de verão também, quando a noite chegava e eu me fartava de estar em casa. Só ainda me passou meio ciclo. Acho que é por as lágrimas cheirarem a sal que a nostalgia do mar me trás, este sentimento. O odor da cafeína aldraba o tico, e o teco, e faz disfarçar a insónia. Não há nada de errado comigo, faço por acreditar. E no fundo, espero que sim. Algo de diferente, mesmo que de-mente. Luto todos os dias, e a poesia em mim. É o escuro, e tudo é fútil. Sinto que um dia destes o mundo deixa de girar, e eu a olhar para o céu - eu bem disse. a toupeira - pouco lhe importa, na verdade, pouco importa. E eu de luto. Decidi escrever para me reter, pensei que me estava a perder e deste modo ficaria para sempre. Enganei-me. Cada letra que se vai é tudo daquilo que tenho, e se me venho perco-me, um bocado. Mesmo o êxtase que me tira um pouco do que devia guardar. Olho, de relance pela esquina. Vejo te passar e a desaparecer sem nada dizer. Como poderia, se não me viste, e o céu triste, prestes a chorar. Vem a chuva, e o vento trás os gritos de angústia da terra, prestes a eclodir. Está perto, e no entanto, sinto a passar a esquina, de relance. Porém, não percebo nada de arte. Se tivesse um diário perderia me ainda mais, por isso leio te por aqui. Enquanto houver energia, porque o branco é a junção de tudo e o preto a ilusão sem fundo. Se podasse, deixava de escrever, até deixar de ter o que dizer. Aí chegaria a ti, num silêncio que te levaria a trepar a árvore e a colher o meu fruto. de resto, não tem nada de especial, apenas um toque de sal .
Mudando de assunto.
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2 comentários:
Senti cada palavra.
Saudade do que fomos e do que tivemos. Do que temos na verdade à nossa espera, do tempo que nos roubam.
Parabéns.
É exactamente isso...
Obrigada :)
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