sábado, 10 de janeiro de 2009

O Rato Que Ladra

Vem nesta parte de mim, que se aproxima do fim, perto, quase a cair, o precipício.

Estes dias tenho sentido medo, não receios, nem sentimentos meios, medo mesmo, de mim. Sempre senti por dentro um revolver de emoções, de desentendimentos, como se tivesse mil corações, um desflorescimento para além das montanhas e florestas, de Belém.
Bem, no fundo, tinha me como certo e aos poucos, principalmente Hoje, senti me feliz.
Reparei que tudo à minha volta era belo, táctil, fazível.

E no entanto, andava por entre -dois- mundos.

De segundos a segundos,
via me de fora e pensava:
quais seriam na verdade,
dos poços os seus fundos.

Há quem a chame de Cão Negro.
-Acho a designação perfeita-.
Eu costumo vê-la como uma
sombra,
cada vez maior,
que nos oferece alívio do Sol.
Escaldante.

Mas que aos poucos vai tomando conta de nós, embalando nos no berço, sem apreço.
O que no início tomamos como um alívio, acaba por se revelar um encobrimento, leva nos a luz, que por vezes nos seduz.

Mas não.

Vem por trás e uma mordidela,
nós que à muito soltamos a trela,
por mais que corramos, vêmo-nos chegar a dentada da dor.
Desdenhamos a cor por a sua ausência nos trazer uma forma de conforto, como que a curar a falta -de calor-
.
Hoje, apercebi me que ela nos suga como que as palmas das mãos, ficamos sem nos desentrelaçar, sustos vãos e suspiros,. sem parar.

E é ai que nos esquecemos do Sol, do seu nascer ao seu por, emanações que nos aliviam a dor. Sempre adepto do arco-íris, temo esta sombra de embalar, que se baba e ladra. De raiva. Por isso decidi: o que já a algum tempo vinha a prometer vir
vou viajar, durante um mês, sem parar.
Quando voltar, conto vos como foi.

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