segunda-feira, 2 de maio de 2011

`As

Sou posto a escrever, mesmo sem querer crer. As palavras fluem, mesmo que por tempos tenha desejado não as ouvir, bater. E elas foram-se, aos poucos, foram-se. Gracas a deus. Foram-se. Mas voltam, como cobras brancas, cobicando o -que é o- meu -ser-. A minha liberdade, vontade de viver. Ser eu a decidir o que fazer, sem ter que as ler. Mas o que leio não são letras, são mensagens de capeta, deuses e chamfretas. Bem, no ultimo incluo-me eu, por vezes ajudado, a escrever estas palavras, de ateu, que tenta. Não ha de durar muito, não demorara muito a chegar. A vontade de fugir fugiu, substituida pela bizarra briza de frio lunar,. que abriu. As portas da rua estão entre-abertas, à espera de serem descobertas, pelas fechaduras de certas, esculturas encobertas.

Milhares de deuses, guiando o meu caminho. Trilhando o meu destino, vejo-me se-lhe alinho. A vontade sem lixo, com o contentor à porta, à espera de ser visto. Leva-me, de uma vez por todas, para perto de ti. Pois tudo aqui é apenas grão, sem areia nem o cerafim de adão.

Cobertas de cabecas escuras, rapada de decisões. Escuridões em forma de sombras, voando pelos leões. Gatunos auspiciosos, voadores sem ardor, levadas como pecas de fruta, semeadas sem fervor.

E se no fim, ficar apenas a palavra, sera esta e não outra flor. A palavra do senhor, sentida e sem rancor

amor.

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