quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Art by Natile Phillips

Na revolta de um pensamento, ele escolheu a vida. A falta dela tinha-lhe engolido partes da alma, sem ela saber. Mas não estava morta, não estava viva. Ás vezes estava, mas a maior parte das vezes não estava. Vivia por si, escondendo as imagens do fim, que tinha dentro de si.

- Se eu acabar, será o fim do mundo?

- É claro que sim.

- Mas eu não quero que ele acabe, quero apenas que deixe de ser. Assim, como é, deixe de ser. Mas quero vê-lo depois, a renascer, sem nunca ter que morrer.

- Acreditas em Deus?

- Acho que sim

- Aí tens.

Vaguear pelo bosque não é o mesmo que passear por ele. Assim como saber o caminho não é o mesmo que descobri-lo. Mas festejar de madrugada é cedo de mais, mesmo que seja o pôr do sol enquanto te traduzes em anti-crer.

Enquanto me tento lembrar de um passado que não me faz falta, lembro-me de um futuro constante. de equações feitas com os deuses, de desvios que tinham por lição o mesmo fim. Mas a constante foi-se, e eu, confiando nos deuses, continuei. Enganado ou subjugado, sinto-me traído por mim próprio, por saber onde vou chegar, mas por de momentos não saber chorar. Se me sentes seco, experimenta a água do mar, que em toda a sua doçura salgada, se esconde a verdade desalmada. 





"I'm going to paraphrase Thoreau here... rather than love, than money, than faith, than fame, than fairness... give me truth." Into the Wild

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