Escrevia eu que há sonhos que se -nunca- podem tornar realidade. Bem, este tornou-se, pela possibilidade de existir, formatando-o dessa forma para o real. Vivo o mundo á minha volta, mas sinto muito mais a possibilidade sonhada, que se torna ou nao, dependendo daquilo que as estrelas têm para dizer.
E olhando bem à volta, vai acontecendo. Sendo condicao que os deuses estejam de acordo com o Meu destino. Meu, porque sou eu que o faco, que o imagino, que o descobro. Mas há muito que aceitei que nao sou eu quem o decido.
Se algum dia fosse contar todas as -coincidencias- que se me deparam pela frente, já há muito que estaria amarrado a um casaco branco, com as palmas nas costas espalmadas.
Resumindo, fui convidado para treinar numa escola de futebol em Munique, para a qual me tinha candidatado à mais de um ano, mas para a qual nunca tive tempo nem tao pouco experiencia. Agora tinha, tempo, e chamaram-me.
Estou a fazê-lo -e a sentir os cabelos ficarem brancos, mesmo sem clarearem, a voz que me falta no final da tarde, dia após dia. A poucos tempos de fazer vinte-e-cinco rotacoes ao Sol, sinto-me capaz de chegar ao céu e de beijar a lua. Como sempre, tremo de -nao sei bem o quê-, à espera de um amanha que nunca chegue.