sábado, 26 de maio de 2018

"So viele Dinge liegen aufgerissen
von raschen Händen, die sich auf der Suche
nach dir verspäteten: sie wollen wissen.

Und manchmal in einem alten Buche
ein unbegreiflich Dunkles angestrichen.
Da warst du einst. Wo bist du hin entwichen?

Hielt einer dich, so hast du ihn zerbrochen,
sein Herz blieb offen, und du warst nicht drin;
hat je ein Redender zu dir gesprochen,
so war es atemlos: Wo gehst du hin?

Auch mir geschahs. Nur daß ich dich nicht frage.
Ich diene nur und dränge mich um nichts.
Ich halte, wartend, meines Angesichts
williges Schauen in den Wind der Tage
und klage den Nächten nicht ...
(da ich sie wissen seh)."


René Karl Wilhelm Johann Josef Maria
Tenho uma amiga que me odeia, e, tenho a certeza, que me ama também. Tem feito parte da minha vida nos últimos anos desta minha caminhada rumo a um qualquer oásis. 

Ela mostrou-se muito confiante e nada frágil. O contrário daquilo que eu a imaginava, sentia, na verdade, temia. Isso deu-me um conforto tão grande que decidi abraçar o meu falhanço, a minha fraqueza, a minha solicitude, a minha covardia e partir. 

Apesar de viver no mesmo galho sem muitas pétalas, o sentar-me ao sol no quintal aqui de casa ganhou amigos com uns nomes estranhos como título. 

Uma vida, tão estranha, cheia de redemoinhos, os dentes sempre cerrados, linhas lindas de poemas que não rimam, ligados a vidas que não esfriam, apenas derretem.

Quantas vezes podemos amar sem deixar de acreditar .

segunda-feira, 21 de maio de 2018



Leio as notícias e desligo-me de todo um Terror que me assume de quando em vez.
Às vezes a vida avoluma-se mais do que aquilo que eu posso carregar. Tanta merda a cada esquina, cada cidade, em cada país, a cada continente, em cada casa, cada jardim, a cada beco...
Sinto-nos ser guiados, sem travões, contra uma parede intransponível de fogo num tártaro infinito.

E esquecer isto?

E ser Feliz, sem qualquer motivo de orgulho por ter nascido aqui e não para lá de uns muros quais queres de ideologias bacocas e ultrapassadas, ou num deserto qualquer particionado por chocolates, ou num ninho de droga e prostituição causado pelos mesmos que se dizem eleitos por nós: povo.

Como?

Não há motivos para morrer por nada, mas por vezes custa-me tanto levantar e acreditar que isto é uma vida digna de se viver.

Cada lua cheia, que me rouba o sono, traz-me também este tipo de alucinações. Depois acordo e sonho com micromudanças, Educação, consciência comum, sustentabilidade, Amor ao próximo, sensibilidade.


Punho no ar, palma da mão no peito - desistir não é opção, isto é só um choro agarrado a uma qualquer inspiração, um suspiro, um pouco de ar inspirado para mais uns tantos gritos de revolta, compostos por passos retos. Insurreição: só com propósito. Estamos vivos. Sempre.

sábado, 12 de maio de 2018

Voltei a sair à noite - muitas vezes.
Foi assim que te encontrei, numa linda festa, meio bacoca, meio perfeita, de primeiro de Maio. Já à muitos meses que saía só para dançar e pela primeira vez na vida apercebi-me que reparavam em mim. Muito mais que um homem, tornei-me no miúdo com confiança que nunca fui. Foi isso que me fez dançar e muitas vezes dormir apenas uma hora, levantar-me e sentir-me fresco. Novo. Rejuvenescido. Tenho fases de um abismo infinito, e enquanto caiu, vivo momentos de nirvana em que gosto de tudo o que a vida inteira me oferece. A descida transforma-se numa nova contemplação do caos que nos rodeia. 

Se é para Ser, que suja tudo, não só branco no preto. Quero o sol, a lua e a terra. A paz envolta de guerras e conflitos internos, à flor da pele. Se a alma está bêbada, que fiquem com o troco . Eu contento-me com o poço de marés infinitas. 

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Vejo-a. Os olhos cruzam-se. Uau... Depois de tanto tempo sinto-me vivo, sinto alguém vivo. Deve ser imaginação... Sorrisos, apresentação, uma bebida, risos, muitos risos, eu deixo de beber, não quero perder este momentum por nada, um jogo de pregos e martelos ocos, troca de olhares, tacto, mais risos, conversa, cada palavra medida sai agora sem reflexão, as mãos dela encontram-se com as minhas, um adivinhar de saudade, contemplação, picada no coração. Não era imaginação. O jogo continua, uma multidão à volta do tronco e nós despidos, envoltos em conversas de duas ou três palavras, a temperatura baixa, os olhos sobem, "levas-me a casa?".

Duas semanas mais tarde estamos perdidos . A cama torna-se numa locomotiva de conversas sem fim: cheguei. Será?

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Criei este blog sem qualquer sentido de ser. É o que é. Por vezes, demais é o meu mundo, mas a maior parte das vezes não é nada. Caso contrário, deixava de ser, juntamente comigo. 

Sinto-me um Ser de duas cabeças coladas uma à outra, sempre desencontradas - quando o tema não interessa, virasse e a outra continua, com o mais sinceros dos elogios e respostas. 

No fim, é a loucura de viver com os óculos na boca que me faz cruzar estas noites sem ser atropelado. 
Wish You Were Here
So, so you think you can tell
Heaven from hell
Blue skies from pain
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
Did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
Did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl
Year after year
Running over the same old ground
And how we found
The same old fears
Wish you were here