sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Ser vítima (odeio esta palavra) de traição, mesmo que apenas emocional, torna-nos neuróticos, mais do que já somos, faz-nos sentir sem melodia, a memória é corrompida por dúvidas infinitas de cada segundo, vivido ao máximo, tudo, é nada.
A decisão de perdoar pesa mais do que imaginamos, nunca esquecemos, apenas suspendemos o consciente o máximo possível.
O sol brilha, o outono grita os últimos raios de luz e esperança, a música jazz e soul que nos acorda torna-me numa vítima da minha própria transgressão interina.
A única solução são letras printadas, a esperança que tudo seja um sonho, acordar um menino e a vida, cheia de esperança e amor à minha espera.
Como um cavalo selvagem, impossível de domar, vou continuar a viver como num livro escrito à pressa, que saudades de um bom café, uma esplanada, um amigo em forma de folhas, o sol, a vida, a velhinha à janela.
Quantas vezes se pode colar os cacos de um motor antes de este se tornar calhau. 

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