domingo, 29 de maio de 2022

Unção

As borrifadas de poesias que entreligam as ruas

Perfumam os sentidos das nossas mentes cruas

Como nós de mãos, dadas, maciças e nuas

Embriagando, de pensamentos indecentes, estas gentes tuas.


O suicídio do criativo salva-nos de despesas emocionais

Choram os crocodilos das riquezas materiais.

Acenamos e piscamos os olhos alternadamente

Na esperança de que o espelho se torne (numa besta) demente.


Nada é para sempre, a não ser a semente

Diz-me uma voz que carinhosamente me mente

Eu refuto-a, gritando, ardentemente

Que eu sou o tenente, que nada sente, coerentemente.

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