De momentos em vez vem-me este vomito.
Uns chamam-no bom, eu digo merda.
Há 30 anos era criança. Havia uma vida.
Um inferno no paraíso da minha cabeça, que esquecia tudo, que leveza.
E só agora estou a realizar que existe outra.
Destino da criança que está nesta casa. E não sou eu. É como querer matar os meus fantasmas com espadas de ferro.
Sinto-me tonto de pavor. Nunca estarei preparado - mas dou o meu melhor.
Tanta embrulhada. Não consigo sair. É como um cobertor todo enrolado, dentro de um edredão.
E eu a tentar tapar para adormecer, mas o pano interior não se desenrola. E vou adormecendo - de cansaço, exaustão, fúria, má digestão -
Ao mesmo tempo que dou pontapés na manta que me aquece, porque ao mesmo tempo, incomoda-me.
Está na hora de me levantar, sacudir o mantra e mudar de cama.
Mas o pano sou eu, e quem dorme é a manta. Não há maneira de escapar aos pontapés.
Teremos que aprender a dormir em camas de espinho, até nos tornarmos, nós, picos?
Rosas silvestres, corajosas, as quais nos ensinam cheirar sem tocar, sentir sem arrancar, plantar, sem semear.
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