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Momentos finitos que quero gravar com toda a minha força.
Faço um foto mental e sinto uma alegria imensa e ao mesmo tempo a maior agonia de todas por saber que o meu cérebro não grava nada em estado calmo. É preciso um medo inerente a algo, um bater de Corações ao ritmo do Bater, de Gritos profundos, escondido numa infância longínqua mas sempre presente para conseguir lembrar-me de coisas (não) banais.
Já passou, sinto-me dizer. A voz que me acalma é minha. Estou a criá-la para cuidar daquele puto destemido e cheio de vida daquele meu passado longínquo. Para ao mesmo conseguir cuidar deste puto destemido e cheio de vida neste Presente palpável.
É essa a única razão que hoje em dia me faz acreditar na vida depois da morte: a crença numa consciência omnipresente, que se recorda de tudo, principalmente daqueles clipes onde a vida é perfeita, onde a palavra papá se desdobra em realizações do mundo, de brincadeiras profundas e perdidas no tempo infinito que é o minuto na vida de uma criança.
Não há, pois, nada mais gratificante para mim do que aqueles breves segundos em que aquele pequeno ser me chama ao presente e me lembra da beleza do mundo - e que o passado longínquo já passou e eu sobrevivi, nós sobrevivemos, ao maior inferno de todos e agora estamos vivos, quebrando ciclos, vivendo de novo a nossa infância, pelos olhos dos nossos filhos.
Que dádiva.
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