quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Linhas por letras


Conta a lenta que certo dia alguém soprou, e daí nasceram os ventos que a partir desse dia a terra cantou.

Continua a versão do mestre sem visão
O monge que são reza sem coração
A vida que bate por aí sem imaginação
Continua as devastação do interior sem opção

Não é preciso explicar o que queremos dizer
Se no fim há pouco daquilo que vemos ser

Pouco me importa o teu singelo semblante

O que sentimos é mais importante que o desejo mutante
Volta para perto do meu pensamento, chega ao dito volante
Que nos guia de um lado para o outro, sem irmos para avante

E ainda assim gosto de ver
Aprecio o momento de aprender
E a voz que me mandar correr sem conhecer
O caminho por onde caminhamos sem escolher
Faz apenas sentido se depois do temer houver
a vontade.
O crer

O tempo passa, damos significados ao que escutamos
E o tempo passa, nada se mostra mais do que queríamos

É fácil queremos, é fácil aceitarmos
Mas enquanto vagueamos pela cidade sem idade
Encontramos gentes, vasculhamos as suas mentes
Procuramos-lhes uma alma, a nossa alma

Vem as ciganas e lê-na nas palmas
Aí está a visão de aquilo que sonhamos
Nunca acreditamos mas pagamos
E aí sim, descansamos

Falta-me coragem para lutar sem partir
E ao mesmo tempo não me concebo desistir.
Assistir ao espectáculo e não actuar
Ver e não Acreditar.



O acto teatral de um santo.
Bater Palmas?
Só a si portanto.
Porque o resto de mim foi-se sem representar.
E eu não o vi despedir-se. Nem chorar.

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