domingo, 5 de outubro de 2008

No geral


Às penso em ti e tenho saudades. Não te ti em particular, no geral. Tenho saudades. Penso, lembro-me de ti e de tudo o que passamos e sinto no peito aquela palavra que existe unicamente no português.


Isto tudo sem nunca querer voltar atrás. Porque já não te amo. Minto. Desejamos sempre no nosso secreto eu, voltar para trás para aquilo que nos fez feliz. -O que quis dizer não foi isso-.


Por outras palavras: não me arrependo de praticamente nada daquilo que passei contigo.Por isso recordo sempre aquilo que me fez sorrir. Sim.


Como sei que algo assim não dura para sempre, prefiro ser contente por pelo menos alguma vez o ter sido, do que me martirizar por não mais o ser. Contigo. Porque o sou, comigo.


Mas tudo é diferente, agora as coisas são a preto e branco. Simples.

Connosco também eram, nós é que as pintávamos de outra cor.


No nosso tempo, tudo era arco-íris e, por mais que queira, não consigo crer que alguma vez mais o será.

Tenho a certeza que voltarei a ser feliz. Mas desta vez no sintético, a preto e branco, sem muitas estórias, sem potes de ouro no final.


Lembrei-me disto porque dá-me a volta à mente a mente humana:

Tão desumana. Connosco mesmo.

Continuo a procurar a razão que nos faz fazer algo:

Evitar a felicidade.

Parecer procurá-la mas na verdade evitá-la, sentir-se seguro no seu oposto. Então finge-se ser feliz, finge-se tentar ser feliz e na verdade:

Não se é.


De tanto pensar dói-me o peito, pois nunca encontro uma razão, porque procuro-a sempre na lógica. E o sentimento na a usa. Fá-la brinquedo, goza com ela e reduz-a a nada.


Simplesmente porque te vejo procurar a felicidade. Encontrá-la, fugir dela a sete pés.

Abrigares-te à chuva e sentires-te seca. Por dentro.


“-Mas pelo menos”, pensas tu: “-tou segura”.


E rezo tanto, -rezo mesmo-, para que esteja errado. E como dizer isto: não estou.

Sem comentários: