sábado, 22 de novembro de 2008


Ontem. Primeiro dia de neve e eu a rir-me. Á tanto tempo que não via neve. Quando vejo chuva, normalmente entristece-me. Tenho que estar mesmo para lá para me rir ao ver chuva. O dia fica escuro, as pessoas correm, ainda mais, as suas cabeças baixas, a contar os passos das correrias e os ombros encostados ao pescoço para proteger das gotas que teimam em entrar pela gola a dentro. As crianças em casa. Não vão elas ficar doentes. Isto do stress adoece mesmo. Um carro passa, mais rápido do que parece normal, nós, á espera da nossa vez em vermelho, molhamos-nos. Não faltava mais nada. E é aí que vemos que já perdemos o autocarro para casa.

Mas a neve tem um efeito diferente, em mim. As ruas ficam pálidas, quase celestiais. Os miúdos na rua, bolas gigantes, umas em cima das outras e cedo se fez um homem, nariz de cenoura. Os trenós descem e sobem a velocidades inversas. Mas o sorriso, paira em frente das caras, tanto a subir como a descer. Não sei, há qualquer coisa de mágico na neve. Na sei se já viram um floco de neve. Um único, visto de muito perto, o nariz quase a tocar e a respiração retida. Qualquer calor a mais e o floco é apenas mais uma gota. E volta a chuva. E eu não quero ver chuva, quero neve. Por isso, vou sustendo a respiração, o mais que posso.

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