terça-feira, 9 de dezembro de 2008

No outro dia fui a uma livraria. No caminho para lá deparei-me com a seguinte conclusão. As mulheres procuram, na sua maioria, ver no homem a imagem do pai. Seja este presente ou não. E pensei para mim mesmo. Não, não pode ser. Mas sim, acho que é verdade. Um calafrio. Um medo de imaginar a causa nesse facto e o desvanecer de um sonho. Olho para trás. Parece que toda gente me escuta os pensamentos. Vou confessar uma coisa. Tenho medo de falar mal das outras pessoas. Nem é bem medo. Nem é bem falar. Parece que quando penso em algo acerca de outra pessoa essa mesma pessoa ouve o que eu digo. O que eu sinto. Por isso custa-me tanto mentir, e ouvir mentiras. Tantas vezes que ás vezes, ao me contarem algo olho sem querer para os olhos e oiço a verdade. E a mentira a sair da boca. Que frio, mesmo com estes cobertores todos e todas estas insinuações. Qualquer dia parte-se-me a espinha. De tanto se arrepiar. Nem consigo dormir e não me saí nada. Não és tu, sou eu. Quero ser livre. Tempos depois vejo-te e lembro da sensação de liberdade que é ser-se adorado. O mais que tudo. Primeiro passo na livraria, e cheguei ao céu. Dez segundos depois, sinto-me no inferno. Como é possível haver tanta coisa escrita e tão pouco para dizer. Resumia metade dos livros aqui em duas palavras. Amor e ódio. Desde esse dia tomei uma decisão, nunca mais entro numa livraria sem saber o que vou comprar. Saí de lá com as mãos a abanar, de frio. Mesmo com todos estes cobertores e todas estas insinuações.

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