Este texto foi escrito enquanto ouvia a música acima.
Quando o li sem música pareceu-me fazer pouco sentido. por isso pode ser
que queiram clicar no play primeiro.
não sei se sabes, mas eu sei de tudo. Não sei se sei, mas sei que sei, de tudo. meu. Oiço-te a tocar, o céu. Tantas vezes, que sinto o tocar nas veias. Assinto e consinto. de alguma forma dás-me força. A continuar. E eu agradeço-te por isso. Não gosto de paneleirices. Mas aprendi a gostar. de quem gosta. Da vida. Gostas de tanto e choras, mares de desilusões. saídas diretamente dos tubarões. Eles que te fazem em papel, folhas, moedas. Papel de parede. O motor a roncar e eu a pensar que a vida estava a começar. Por favor, grito eu todos os dias, de noite, quando as luzes se apagam. rezo. Sim, rezo, todos os dias, menos naqueles em que me esqueço. mas sinto-me dúvidar, a cada minuto que passa, e continuo a rezar. -não por medo, não por louvor, não por crenças em dádivas materiais. ou divinas. rezo porque por vezes sinto-me abençoado e não percebo bem o porquê. e peço, rezo, pela minha família, que me faz tremer de noite, por dias melhores. -e eles virão, diz-me a minha voz, que eu traduzo desde que sou pequenino. mas isto é o paraíso, isto que estou a viver, penso eu. a meta é isto, e cada bênção, cada música nova postada e que me arrepia do principio ao fim -faz-me acreditar. e dá-me vontade de te abraçar, mas a vida dá-nos o céu e tira-nos o chão. é assim que me sinto, sem chão, a tocar no céu, quando adormece. vejo veias fervelhantes, e o tempo é agora. O nosso tempo, que demora.
no outro dia tive o que alguns chamariam de visão. vi nos olhos de uma Pessoa, e isso fez-me jurar nunca mais dúvidar do infinito. é redondo, perfeito. Assim como Pi. Como é possível um número não ter fim, e esse número ser a visão de um círculo perfeito, um ciclo. Sem haver principio não pode haver fim. E onde começa uma visão, uma dádiva, uma canção. onde começa a vida, a luz, a dimensão. e o tempo
e eu vi a alma, que está nos teus olhos. e há um tanto milhão de coisas a ver, olhando para o escuro. Esse escuro que é a iris, que me fez ver. -Como posso acabar, se este amor é infinito
já vos disse que odeio paneleirices?