sexta-feira, 8 de março de 2013

não tenho dinheiro nenhum no banco, sou romântico o quanto baste, apesar de em tempos ter pensado que era um perdido no tempo, enervo-me com facilidade mas grito pouco, falo de futebol, quase só de futebol, encho-lhe a cabeça de futebol, apesar de me interessar por tanta coisa mais, passo horas no fim-de-semana, o único tempo que temos juntos, no campo com três equipas diferentes e quando chego a casa encho os canais com o futebol do fim de semana e os resumos todos. Mesmo assim acho sempre que havia espaço para mais uns jogos, mas não quero abusar. Não, não estou a ironizar. Devo-lhe quilhentos euros duma viagem que fiz e que tive de voltar duas semanas mais cedo. Este mês pago-lhe metade da quantia. Já lá vão mais de dois anos. Nunca me falou disso, a não ser quando os pais lhe sussurram aos ouvidos. E bem. Ela chega sexta a noite, eu tenho treinos até ás dez e vai segunda de manhã para podermos passar o máximo de tempo juntos. Claro que devo ter algumas qualidades ainda por desvendar, mas ela sempre viu mais em mim que eu próprio. E vai-me empurrando para a frente, sem nunca dizer nada. Porque eu quero tudo, trabalho sete dias por semana e muito raramente me vêem em compras. Mas vou alcançar tudo e não preciso de nada. Mas faço-o por ela. Há quem chame a isto de fraqueza, mas eu vejo-o de outra forma. Eu preciso da voz dela e se vivessemos num quarto escuro, eu seria feliz. Mas ela precisa de mais e por isso mesmo também eu. Oiço-a falar, por horas. Sempre, todos os dias. Os telefonemas duram horas e horas. E não me passa ao lado, nada, oiço tudo. Porque ela me empurra. Sem nunca dizer nada. e eu vou, até ao fim do mundo. Estou a caminho.

Feliz dia da mulher -da minha vida

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