segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Sabem o que é: pés nús, num chão gelado de música rompante, o coveiro lá fora a fazer tempo até à próxima manta .

Sim, é como ela diz: uma puta, nua e crua. É abstrairmo-nos de tanto, trabalharmos tanto, que nem mulas, para um amanhã que esperamos não chegar.

Fecha os olhos - e pára o rio com o teu grito de mãos nas fontes dessa cabeça seca.

De vez em quanto sou pedra cal, outras tantas água fura.

E ela percebe-me e mata-me e narra-me e odeia-me e ama-me e chora-me e canta-me e faz-me retornar, uma e outra vez. ao fundo do meu pico - de uma canção que começou e acabou, por ser paga a minha conta do seu lado mais selvagem - e perfeito .

Largaria hoje tudo, tudo . Por um copo de vinho numa varanda bacoca ou nos altos desvaneios de um chão qualquer numa das cozinhas deste mundo. 

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