sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

chão por baixo de muros

um dia, cansamo-nos de lutar e, se nunca o tivermos feito, fica difícil explicar... esse cansaço, de vidas viciadas a mil à hora. uma fatia de ser, de esquerda ou de direita, que tanto pode ser chama sem batida, peito sem dúvida, olhar sem íris. assim como uma convulsão sem tremores, artifícios mais realistas que trovoadas, provocadas por céus nús.

Sou um macaco, maciço, de mãos na cara, a ver e a deixar a revolução passar. Quem me dera ter nascido não dois, apenas meio Pac, sem pactos e sem meias, todo ele calçado de extremo. -Valores éticos e morais, até morrer-.

Mas cresci em modo de sobrevivência, calando e matando tudo o que se inclina para incendiar algo num peito pisado .

Se a tua vida dependesse da minhá voz, provavelmente tornar-me-ia mudo de tanto tactear. Ventos sem sementes. 

4 comentários:

Ana A. disse...

Não querendo "entrar a matar", o mais correcto é tornar-me-ia em vez de "tornaria-me".
Mas o conteúdo do texto é bom!

RM disse...

Haha muito obrigado, quase dez anos de alemão dão nisto. Mesmo com alguns livros em português de vez em quando. Mas teria ficado mais contente se tivesses escrito que não vale nada ;)

Ana A. disse...

Não podia dar dois cortes seguidos! Técnica da sanduíche...

RM disse...

Aqui estás à vontade, eu só mato no peito bolas que, muito provavelmente, acabam nas redes.
Nunca tive muito jeito para reler e corrigir o que escrevo. Aliás, de há uns anos para cá decidi escrever o mais rafeiro possível. E a verdade é que ajudou-me a centrar no essencial. De qualquer maneira, gosto muito das tuas visitas, mesmo com entradas a pés juntos para vermelho direto .