sábado, 2 de setembro de 2017

Descubro que a minha vida não é viagem.
É filme de curta metragem. E a fita repete-se, e repete-se, e repete-se.

O resto são teatros na minha cabeça, vividos mais intensamente que qualquer relacionamento de uma vida: casei, tive filhos e compramos uma casa com água vista da janela.

Depois fui atropelado pela vida e pela minha própria ganância de viver, viajar, aprender, chegar.

O depósito ficou em juros negativos e os sonhos tornaram-se em dívidas. Estou a dever muito à vida, por ter vivido muito a vulso.

Será que a aprendizagem, mais um curso, me salvará?

Creio que sim, pois é tudo o que me resta do sonho despertado. 

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