terça-feira, 22 de julho de 2008

Sentido Único


O hábito faz o monge.


Estava na dúvida, sem perceber a intenção. 

Por algum inexplicável sopro da minha razão

As palavras pareceram - se todas sem noção

E aquilo que senti foi como um simples não.


Faz-nos bem sonhar, faz - nos bem acordar.

Eu prevejo desde já a birra que vou fazer

Quando me erguer desta cama de prazer

Agora... sinto que há um pouco mais a dizer.


Tenho que expulsar estes demónios meus

Já não são bem vindos, os erróneos aos céus

Eu oiço de tudo. Mas não me iludo nem julgo

O vulgo saber sem o querer compreender.

Vou lutar pelo meu lugar ao sol. Sem parecer

Sinto os pés fugirem, o chão flutuar

Sentimentos a borbulharem em meu redor

Gentes a sussurrarem que posso e devo melhor

Olho - os. E apenas vejo mentes incandescentes, sem ar.


Que bater é este que se faz ouvir sem pedir

Que sufoco vem sem anunciar, fazer - me rir.

Tormentas avizinham - se mas vejo - me calmo

Chamas em alto e bom som queimando o elmo.


Existe momentos para tudo

Aquele instante em que o sim

Decide em si e um não dita. O fim.

É interessante ver - nos perder o escudo.

O medo toma - nos conta sem o crer

Ele existe mesmo debaixo da cama

Ele é o papão que nos faz chorar e bater

Na almofada com a cara sem destino

Como a violência de quem cai na lama.


Espero por chorar, sorrir e encontrar

Antes de chegar a altura do meu pesar

Estou gordo demais para correr

E magro de mais para parar de tremer.


São passos dados na direcção correcta

Porque em nenhum deles andei para trás

Sei que qualquer dia hei-de passar a meta

Sem meias voltas, parto para a guerra da paz.




À mesa perguntam - me o que vou desejar beber

Digo que nada, porque esta sede sente - se por a ter.

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