O hábito faz o monge.
Estava na dúvida, sem perceber a intenção.
Por algum inexplicável sopro da minha razão
As palavras pareceram - se todas sem noção
E aquilo que senti foi como um simples não.
Faz-nos bem sonhar, faz - nos bem acordar.
Eu prevejo desde já a birra que vou fazer
Quando me erguer desta cama de prazer
Agora... sinto que há um pouco mais a dizer.
Tenho que expulsar estes demónios meus
Já não são bem vindos, os erróneos aos céus
Eu oiço de tudo. Mas não me iludo nem julgo
O vulgo saber sem o querer compreender.
Vou lutar pelo meu lugar ao sol. Sem parecer
Sinto os pés fugirem, o chão flutuar
Sentimentos a borbulharem em meu redor
Gentes a sussurrarem que posso e devo melhor
Olho - os. E apenas vejo mentes incandescentes, sem ar.
Que bater é este que se faz ouvir sem pedir
Que sufoco vem sem anunciar, fazer - me rir.
Tormentas avizinham - se mas vejo - me calmo
Chamas em alto e bom som queimando o elmo.
Existe momentos para tudo
Aquele instante em que o sim
Decide em si e um não dita. O fim.
É interessante ver - nos perder o escudo.
O medo toma - nos conta sem o crer
Ele existe mesmo debaixo da cama
Ele é o papão que nos faz chorar e bater
Na almofada com a cara sem destino
Como a violência de quem cai na lama.
Espero por chorar, sorrir e encontrar
Antes de chegar a altura do meu pesar
Estou gordo demais para correr
E magro de mais para parar de tremer.
São passos dados na direcção correcta
Porque em nenhum deles andei para trás
Sei que qualquer dia hei-de passar a meta
Sem meias voltas, parto para a guerra da paz.
À mesa perguntam - me o que vou desejar beber
Digo que nada, porque esta sede sente - se por a ter.
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