Terá O destino algo de intransponível pressuposto, ou apenas a função de ser possível, se fizermos por isso?
Sinto o tremer cada vez que a pressinto chegar,
a oiço falar ou a penso tocar.
Não é nada que ainda não tenha feito sem pensar,
mas cada pensamento é singular. Singular,
porque me faz sonhar e porque me faz caminhar...
Por isso caminho, sem saber bem para onde me dirijo
Caminho.
Toda a gente sabe o seu destino.
Alguns temem ser seu dono,
outros escondem-se dele no sono.
Outros porém rejeitam-no por não o acharem digno do desatino.
O próprio destino,
mais poderoso do que qualquer outro pensamento ou acção segundo Platão,
torna-se indigno de alguém de coração.
Por isso lutam e fraquejam,
lutam e vencem,
mas nunca se sentem satisfeitos com o que são.
Somos nós, gente!,
que traçamos o nosso destino.
Mas o Caminho,
esse à muito que está construído,
como um ninho, á espera de ser utilizado,
chocado e depois destruído.
Alguns são contra o destino por lhes tirar o poder de decisão.
Se eu pudesse fazer tudo o que quero,
não haveria pessoas especiais,
dotadas e simplesmente indicadas, para certas tarefas.
Prendadas.
Mas cada um tem a sua tarefa,
em função do ar que entra e sai do seu próprio pulmão.
Podemos entender o que quisermos de destino,
seja religioso, ateu ou ou apenas humano.
Mas se cada um de nós tem algo a oferecer,
não será essa mesma a sua função:
tornar o mundo menos mundano.
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