domingo, 6 de julho de 2008

Ponteiro


Terá O destino algo de intransponível pressuposto, ou apenas a função de ser possível, se fizermos por isso?



Sinto o tremer cada vez que a pressinto chegar, 

a oiço falar ou a penso tocar. 

Não é nada que ainda não tenha feito sem pensar, 

mas cada pensamento é singular. Singular, 

porque me faz sonhar e porque me faz caminhar... 

Por isso caminho, sem saber bem para onde me dirijo 

Caminho.


Toda a gente sabe o seu destino. 

Alguns temem ser seu dono, 

outros escondem-se dele no sono. 

Outros porém rejeitam-no por não o acharem digno do desatino.

O próprio destino, 

mais poderoso do que qualquer outro pensamento ou acção segundo Platão, 

torna-se indigno de alguém de coração. 

Por isso lutam e fraquejam, 

lutam e vencem, 

mas nunca se sentem satisfeitos com o que são. 


Somos nós, gente!, 

que traçamos o nosso destino. 

Mas o Caminho, 

esse à muito que está construído,

como um ninho, á espera de ser utilizado, 

chocado e depois destruído. 


Alguns são contra o destino por lhes tirar o poder de decisão.


Se eu pudesse fazer tudo o que quero, 

não haveria pessoas especiais, 

dotadas e simplesmente indicadas, para certas tarefas. 

Prendadas. 

Mas cada um tem a sua tarefa, 

em função do ar que entra e sai do seu próprio pulmão.

 

Podemos entender o que quisermos de destino, 

seja religioso, ateu ou ou apenas humano. 

Mas se cada um de nós tem algo a oferecer, 

não será essa mesma a sua função:  

tornar o mundo menos mundano.

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