Acabo por descobrir que não sou especial
Sobrava-me ternura no acreditar do precipício
Nada fica completo se não completarmos o vício
Nada chega ao fim se não houver um grito final na voz
E quando acabamos há sempre algo mais -a escrever- que nós
Há sempre algo mais, Há sempre algo.
O segredo? qual segredo se toda a gente o sabe
É engraçado o que fazem para nos troçar
E nós deixamos, e ainda pensamos agradar.
Toda a gente sabe correr, descobrir-se onde quiser
Ás vezes falta-nos a coragem, resta-nos a Bendita paragem
A ver os autocarros passar cheios de gente
Fica-nos na memória o futuro,. sem presente
Para onde, diz na frente
O caminho -por- onde ninguém o lê
Mas toda a gente sabe, sim, toda a gente o vê.
e ninguém o lê.
Enquanto fico á espera, nesta paragem
Imagino-me outras vidas, outras miragens
Se quem dirigi não se me abre a mente
Como posso escolher, se nem sei -por- onde vai agente?
Vejam as janelas, ilumidadas sem velas
O caminho é tão mais bonito navegado
Do que só ver na chegada as caravelas
As árvores a baloiçarem, ás vezes a’sobiarem
As aves a cruzarem, as estrelas a chegarem
As crianças em janelas descobertas
Nas suas caras, lembranças sem lamentas
Apenas uma vontade, aqui e ali, um pensamento
Por vezes sonho, uma cartola posta na vida de quem não manda.
As caixinhas vermelhas deixam-me adivinhar lá dentro
A telepatia das plantas em nós, o gritos da terra em chamas sem voz
O Silêncio ensurdecedor das vizinhas saudades, que teima em chegar a sós
Vejo-a ali deitada sem cobertor
esplanada ao luar sem cor
esperando pelo negrume impostor.
.
É a saudade à espera do tempo, ele que não sopra nunca o vento
apenas nos mente ao seu próprio sabor.
Ela que venha, que eu tenho onde ir antes de anoitecer.
4 comentários:
fazes-me tanta falta
F: tambem tu me fazes falta!
Gostei muito. Mesmo muito! :D
x: que bom que gostaste! :)
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