terça-feira, 8 de julho de 2008

Pegadas


E de repente, tudo o que tinha como certo limitou se a mudar de rumo. 

E eu escureci.


Tanto que quando tudo é guardado para aquele momento, 

os momentos são apenas entretantos. 


As certezas foram se e sobraram as enseadas. 

Será portanto o crepúsculo o que me poderá esclarecer deste anoitecer que se abateu como nunca antes teve coragem de o fazer. E é meu.

Sabia que o era, mas de repente deixou me e seguiu caminho, deu me boleia e agora largou me à berma da estrada gritando me para ir a pé até ao próximo motel.


Agora, vou descansar e sonhar. Desta vez bem acordado e com as letras na mão, para que as contas não saiam defraudadas de antemão. Por fim, envés de viver de fora para dentro, terei de caminhar do penhasco para o centro. Afinal de contas, terei de me deitar de peito para depois poder levantar me e olhar.


Sem crer, projectei de mim tão longe, para chegar ao principio da minha própria canção, que terei de reinventar a sinfonia sem harmonia.


E o espectáculo tem de continuar porque no fim ninguém me irá completar, se eu parar.

2 comentários:

Fresquinha disse...

Obrigada, Maestro. Aprendemos sempre, se quisermos. Depende tudo no nosso olhar sobre as coisas.
Gosto do que escreves. Para 20 anos, ou és superdotado ou andas a enganar-nos. Parabéns !

RM disse...

Obrigado eu, Fresquinha.
Sim, tens razão.
E vou aprendendo. Porque quero claro, mas também (e mais importante) porque existem pessoas que me ajudam a fazê-lo, Todos os dias.
Sim, tenho 20 anos mas estou quase a fazer 21!