A minha Joana.
Perdeu o chão, o dia escureceu e aquilo doeu. Partiu-me o coração.
Que dor, que vontade de ser eu. Não. Não consigo imaginar um amor, um carinho destes, aquilo que um dia foi no dia a seguir já não o é. E o que fazer a não ser dizer aquilo que não estamos a sentir. Faze-la sentir bem. Sem crer, magoamos-a cada vez que dizemos que a percebemos, que sabemos pelo que está a passar. Que tudo há-de ficar bem. Mas não vai. Nunca. E como é que eu lhe digo isso sem a fazer de isco para o seu próprio precipício.
Um dia vai passar, mas vai ficar. Aquele amor que não quer ir mas teima em maltratar. E ainda bem que foi. Foi-se. E pode nunca mais voltar. Mais uma vez. Nunca. O que te posso dizer sem ser que o vais vencer quando não sei o que estás a sentir. Não sei.
Peço-te, em nome do nosso amor, que o deixes e sigas aquilo que te faz feliz. Corras em direcção ao mar e vejas a felicidade num barco a flutuar, um peixe a nadar, as ondas a rebentar. Por fim desistas de lutar, aceites o que não podes mudar e sigas em direcção a quem te quer bem. Mesmo bem. Eu sei que dói. Mais do que a mim, e isso não me é imaginável. Ninguém devia poder sofrer assim. Mas pode. E sofre. Agora só nos resta lutar. Vem, eu ajudo-te. Levanta-te.